por Caio Sena
Quem parava em frente ao palco
principal do XI Encontro de Culturas na noite de 29 de
julho, percebia que algo de muito importante iria
acontecer. Um dos grandes acontecimentos, a
apresentação da operata popular A Véia e a
Anta traz uma euforia que contagia toda a Vila. A rua
da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge estava lotada, e por todos os
lados haviam olhares atentos aos movimentos que aconteciam no
palco, antes do início da apresentação.
Doroty Marques, a coordenadora do projeto Turma Que Faz, abriu a
noite falando de sua satisfação em gerir um projeto
com as crianças da Vila de São Jorge. Além de
agradecer a Petrobras, que patrocina a Turma desde o início
do projeto, Doroty falou da
importância de se abrir
espaço para a criatividade dos pequenos. “A
criança não tem vez em lugar nenhum, por isso me
reuni com o Juliano para fazer um projeto onde os a voz e a
opinião das crianças é o mais
importante”, destacou.
Crianças do projeto Turma Que Faz em ação
durante apresentação da opereta "A Véia e a
Anta". Foto: Fredox Carvalho
O show da Turma reforça a visão pedagógica
defendida por Doroty, durante a apresentação é
notório o conhecimento e o interesse pela cultura popular
expressado por crianças, adolescentes e adultos. No fundo do
palco, os violeiros Dércio Marques, Noel Andrade, Renato
Segredo e na percussão Mãe da Lua completavam a
trilha sonora.
Enredo
A Véia e a Anta conta a história de um
povoado que se prepara para receber a visita do Anhanganherê,
o espírito da natureza. Segundo a lenda criada pela Turma
Que Faz, quando Anhanganherê fica triste e chora, tudo ao seu
redor morre de tristeza. A opereta se desenvolve com a Véia
tentando convencer a Anta, que é mágica e conversa
com os elementos da natureza, a dar mais uma chance a humanidade
que está destruindo o meio ambiente.
Depois de uma boa conversa, a Anta resolve ajudar o povoado
e conversa com os elementais com a finalidade de
convence-los a não fazer o espírito da natureza
chorar e, assim, destruir o mundo. O final da história
foi decidido juntamente com os internautas, que a
partir de alguns quadros pintados por alunos do projeto,
responderam, pelo twitter e facebook, a seguinte
pergunta: Qual sua
ideia para salvar a natureza e o mundo; e evitar que o
Anhanganherê chore, destruindo tudo ao seu redor? As
sugestões foram analisadas pela coordenadora do projeto e
devolvidas como forma de esperança no final da
apresentação.
Criatividade
A criatividade cênica aflorava em pequenos detalhes, que eram
percebidos pelo público. “A peça está
belíssima. Gostei de tudo, mas destacaria o figurino e a
preocupação da diretora em reviver brincadeiras de
criança, como o momento de pular corda. Isso desperta o
imaginário e estimula a nova geração a se
divertir longe do computador”, ressaltou Donaldo James, 31,
designer de interiores e paisagista.
A Anta da história se comunicava com batidas de
catira e a força das pisadas demonstrava
seu estado de humor. A Turma, que sempre se apresenta chamando a
atenção do público para a
preservação do meio ambiente, sobretudo o Cerrado,
não se esqueceu de invocar os elementos fogo, água,
ar e terra para participarem da festa. “Estou
emocionada, o trabalho apresentado é louvável e deve
ser mantido”, disse Nara Faria, 31, atriz.
Esperança
Antes de terminar a apresentação, os integrantes da
Opereta entregaram para as pessoas mais próximas do palco
sementes de frutos do Cerrado. Uma atitude que, além de
emocionar grande parte do público, estimula o
reflorestamento de forma direta e ainda simbólica. “Eu
fico sem palavras até para dizer o que achei da opereta. O
trabalho deles é magnífico, maravilhoso. Tenho dois
filhos que participam do projeto, sou até meio suspeita para
falar”, declarou Maria de Lourdes, 40, coordenadora de
hospedagem do Encontro de Culturas.
A mãe de Isabela e Isadora Araújo, que fazem parte da
opereta interpretando os elementos fogo e água
respectivamente, também estava presente e comentou:
“meus filhos participam da Turma Que Faz desde quando o
projeto começou. É muito gratificante pra mim e pra
eles, pois além de ficarem com a cabeça ocupada com
arte, estão fazendo o que gostam e ainda recebem uma ajuda
financeira por isso”, lembrou Ione Araújo, 26,
professora.
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