
As Rodas de Prosa do VII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros são uma oportunidade para grupos, mestres e público trocarem experiências e confrontarem suas visões de mundo, priorizando a abertura de um espaço de encontros e diálogos entre os povos. O objetivo é partilhar experiências, histórias de vida, práticas e tradições culturais.
A memória de um povo é fundamental para a criação e recriação de sua identidade, valores e auto-estima. Por isso, as Rodas de Prosa tem como tema principal a memória. São visões de mundo de povos indígenas, histórias de comunidades regionais e da ocupação do cerrado que guiam as conversas de cada roda. É pelo viés da memória que o passado é pensado, rememorado e reelaborado.
As Rodas de Prosa deste ano contam com os Laboratórios de Memória Oral ministrados por Roberto Corrêa, com Vivências dirigidas pela artista africana Fanta Konatê e pelo percussionista e musicoterapeuta brasileiro Luis Kinugawa, e com os espaços de debate das Rodas de Prosa, tendo a mediação e a participação de Marise Barbosa (curadora do Encontro), Ricardo Attuch (sociólogo e consultor do convênio Unesco/Embratur), Luis Schiavini, Teresinha Dias (técnica da Embrapa Cenargem) e Othon Leonardis (professor).
Os debates serão conduzidos pelos mediadores com o foco direcionado nos diálogos e contribuições dos representantes das culturas populares.
Veja a programação das Rodas de Prosa do VII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros:
21 de julho (sábado)
Laboratório de memória oral: o uso da voz na cultura popular
Por meio de exemplos musicais tirados de gravações de cultura popular, o músico e pesquisador Roberto Corrêa apresenta as nuanças vocais do nosso povo e as diferentes maneiras de entoar a voz no canto.
Mediador: Roberto Corrêa
Horário: 10h às 12h
Local: Espaço Petrobras
Vivência Fanta Kanotê
A artista africana da República da Guiné, Fanta Kanotê, vinda de uma família com tradição musical, apresenta sua música e a dança Malinkê guineana aos membros das comunidades remanescentes de quilombos Kalunga e Santa Rosa (praticantes da Folia do Divino e do Tambor de Crioula).
Participantes: Quilombos Kalunga e Santa Rosa
Horário: 14h às 16h
Local: Espaço Petrobras
22 de julho (domingo)
Laboratório de memória oral: a viola caipira
Utilizando uma abordagem histórica, com exemplos musicais, Roberto Corrêa apresenta os diferentes contextos musicais onde a viola está presente.
Mediador: Roberto Corrêa
Participação Especial: Zé Mulato e Cassiano
Horário: 10h às 12h
Local: Espaço Petrobras - Estande de Cinema
Vivência com Luiz Kinugawa
Percussionista e musicoterapeuta que viveu dois anos na República da Guiné, Kinugawa faz uma palestra ilustrada de sua trajetória, da cultura Malinkê, da biomúsica e dos trabalhos do Instituto África Viva.
Horário: 14h às 16h
Local: Espaço Petrobras
Políticas Públicas para Comunidades Tradicionais
Horário: 09h às 12h
Local: Espaço Petrobras
23 de julho (segunda)
Laboratório de memória oral: cultura popular no Brasil Central
Apresentação da diversidade cultural, especialmente musical e religiosa, do cento do Brasil, pelo músico e pesquisador Roberto Corrêa.
Mediador: Roberto Corrêa
Horário: 10h às 12h
Local: Espaço Petrobras
Mestras: mulheres que tocam músicas e vidas
Um espaço para as mestras, cantoras, dançadeiras e devotas falarem sobre suas histórias de vida, memórias, seu papel de mulheres que tocam vidas e músicas. As mulheres, principalmente as camponesas, indígenas e de comunidades tradicionais, poucas vezes tiveram voz para darem a sua versão da história. A história oficial, a que aprendemos na escola, e as estórias que ouvimos por aí são geralmente contadas por homens, constituindo uma visão masculina da realidade. Pautadas em tradições patriarcais, as manifestaçoes da cultura popular são geralmente lideradas por homens, o que torna surpreendente encontarmos mulheres tocando caixa e levando em frente uma tradição como a da Folia do Divino, por exemplo, tão popular no Brasil.
Mediadoras: Marise Barbosa e Andréa Boni
Participação Especial: Maria Bernadete Lopes da Silva (FUNDAÇÃO PALMARES)
Participantes: Zabé da Loca (PB), Caixeiras do Divino (MA), Mulheres Kalunga (GO), Caçada da Rainha (GO), Congo de Nossa Senhora do Rosário (BH).
Horário: 14h às 17h
Local: Pousada Pôr-do-Sol
IV Campeonato Internacional de Piadas
Organização: Velho Joe
Horário: 17h30 às 20h
Local: Bar do Seu Claro
24 de julho (terça)
Cosmovisões indígenas: mitos de criação e modos de ser
Grande parte do hiato que há entre o universo dos indígens e dos não-indígenas deve-se a uma profunda diferença entre os modos de ser, de pensar e representar o mundo destes povos. A especificidade dos modos de ser e pensar indígenas é freqüentemente expressa por meio dos mito de criação. O mundo ameríndio é permeado de construções míticas. Esta é a maneira como um povo elabora sua história e entende a si próprio através de diversas construções metafóricas e metonímicas com o mundo animal e com formas da natureza. Esta roda é um espaço para lideranças indígenas contarem seus mitos e refletirem sobre esta forma de construir pessoas e histórias.
Mediadores: Fernando Schiavini e Luciana Mesquita
Participantes: Álvaro Tukano e Getúlio Krahô
Horário: 09h às 12h
Local: Espaço Petrobras
Um dedin de prosa: estórias e memórias
A credibilidade e veracidade da história não estão apenas nas fontes documentais históricas. A história oral, pautada em relatos tirados da memória de pessoas que vivenciaram ou tiveram acesso a relatos de determinados fatos ou momentos importantes, vem sendo cada vez mais considerada pela história como disciplina científica. Muito mais que datas e fatos, que compõe a história com ‘h’, as estórias de mestres, artesãos e pessoas de comunidades tradicionais transmitem uma visão de mundo particular, com riqueza de detalhes e construção poética que nenhuma história com ’h’ pode fornecer, além de serem tão confiáveis quanto ela. Os participantes desta roda contarão histórias e estórias, com a oportunidade de se ouvirem e de trocarem memórias e experiências entre si.
Mediadora: Marise Barbosa
Participantes: Seu Josué, Mestre Zé Divina, Seu Domingos, D. Romana, D. Procópia e Seu Claro
Horário: 14h às 17h
Local: Pousada Pôr-do-Sol
25 de julho (quarta)
Reconhecendo-se pela arte e pela história: a memória tribal (memória da ocupação do cerrado)
Espaço para os indígenas dialogarem e trocarem experiências. A Roda de Peosa pretende explorar e reconstruir a memória da ocupação do cerrado a partir de depoimentos de membros das etnias indígenas, da Comunidade Kalunga e Moradores da Região da Chapada dos Veadeiros.
Mediador: Fernando Schiavini (indigenista)
Participação Especial: Prof. Othon Leonardis e Luciana Mesquita
Participantes: Povos dos grupos indígenas Avá-Canoeiro, Tapuio, Krahö, Xerente, Xavante e Maxakali, membros da Comunidade Kalunga e Moradores da Região da Chapada dos Veadeiros, Frederico (Fundão, trabalha a com a fibra do coco indaiá), Dona Flor (Moinho), Seu José Coelho (Colinas do Sul - GO)
Horário: 14h às 17h
Local: Aldeia Indígena Multi-étnica (Pousada Aldeia da Lua)
26 de julho (quinta)
Debate e lançamento do livro e documentário “Caçada da Rainha - A Festa da Fé”
Lançamento do livro e filme: “Caçada da Rainha - A festa da fé” produzidos por meio da parceria entre ASJOR (Associação Comunitária da Vila de São Jorge) e IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Haverá a exibição do filme e um debate entre membros da equipe do projeto, representante do IPHAN e participantes da Caçada da Rainha do município de Colinas do Sul (GO).
Mediador: Teresa Chaves (Departamento de Patrimônio Imaterial DPI/IPHAN)
Participantes: Tais Benício, Geronei Coelho e Lillian Brandt
Horário: 10h às 12h
Local: Espaço Petrobras
Reconhecendo-se pela arte e pela história: a memória regional
Apesar de incontáveis particularidades e diferenças existentes entre os mais diversos grupos humanos do cerrado - indígenas, moradores da zona rural e de pequenos povoados, quilombolas, entre outros -, há um grande elo entre eles. A história em comum, principalmente a partir da colonização do Centro-Oeste (mais especificamente de Goiás e Tocantins), a convivência direta ou indireta neste espaço, o compartilhamento de algumas manifestações religiosas, artísticas, as formas de uso da vegetação do cerrado serão temas de debate desta roda.
Mediador: Ricardo Attuch
Participação Especial: Prof. Othon Leonardis e Luciana Mesquita
Participantes: Povos dos grupos indígenas Avá-Canoeiro, Tapuio, Krahö, Xerente, Xavante e Maxakali, membros da Comunidade Kalunga e Moradores da Região da Chapada dos Veadeiros, Frederico (Fundão, trabalha a com a fibra do coco indaiá), Dona Flor (Moinho), Seu José Coelho (Colinas do Sul - GO)
Horário: 14h às 17h
Local: Associação Comunitária da Vila de São Jorge - ASJOR
27 de julho (sexta)
As perspectivas e desafios do documentário indígena e ambiental do Brasil
Mediador: Sandoval Amparo
Participantes: Joel Pizzini (cineasta, diretor do filme “500 almas”),
Thiago Briglia (Diretor do filme “Nas Trilhas de Macunaíma”) e Eliene Rodrigues (Produtora do filme “Nas Trilhas de Macunaíma”)
Horário: 10h às 12h
Local: Espaço Petrobras – Estande de Cinema
Reconhecendo-se pela arte e pela história: a biodiversidade do cerrado (memória da ocupação do cerrado)
Caminhada monitorada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Horário: 9h às 12h
Local: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Uso das plantas para a adaptação dos homens no cerrado
Mediadora: Terezinha Dias
Participação Especial: Prof. Othon Leonardis e Luciana Mesquita
Participantes: Povos dos grupos indígenas Avá-Canoeiro, Tapuio, Krahö, Xerente, Xavante, Maxakali, membros da Comunidade Kalunga e Moradores da Região da Chapada dos Veadeiros, Frederico (Fundão, trabalha a com a fibra do coco indaiá), Dona Flor (Moinho), Seu José Coelho (Colinas do Sul - GO)
Horário: 14h às 17h
Local: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos de Comunidades Tradicionais
Mediadora: Tereza Moreira (MMA)
Participantes: Carmem di Simoni e Elaine Tozzi do Ministério da Saúde
- DAB, Lilian Brandt - Assessora Técnica do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Dionatan Cirilo de Souza - Representante Quilombola do Conselho das Comunidades Afro-Descendentes do Amapá, Wilder da Silva Santos - Superintendente Regional Adjunto da Superintendência Regional do INCRA - SR28
Horário: 09h às 12h e 14h às 17h
Local: Espaço Petrobras
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